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Outras nuvens.
A vida é tão simples e cheia de graça que é uma bobeira ficar como se estivesse num inverno eterno, como se não existissem flores e beija-flores, noite estrelada e travesseiro macio, nuvens em forma de coelho e lápis coloridos pra desenhar uma paisagem, pantufas e chocolate quente, crianças e seus sorrisos, idosos e seus sorrisos, como se não existissem sementes e girassóis, colo de vó e comida de mãe, sabe, são tantas combinações bacanas, tanta coisa boa de se fazer paz, de se fazer alegria; pega a bicicleta, tira a poeira e pedala pra sentir a brisa de estar vivo, isso tudo revigora, tá bom que alguns dias malandros nos pegam pra entristecer-nos, dias assim em que as flores murcham, mas pensa, amanhã terá outro sol, outras nuvens, e se chover, uma hora ou outra aparece o arco-íris que é a coisa mais bela de se ver além dos passarinhos voando em bando formando um ‘V’ perfeito no céu; uma lista de coisas bonitas que essa vida nos proporciona que as únicas lágrimas que nos valem a pena são as que descem involuntariamente após um bocejo.
Rosely Lúcio
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Numa xícara de chá
Meu nome todo é Rosely Lúcio da Silva, sempre fui uma apaixonada e por coincidência nasci no dia dos namorados, numa madrugada de sexta-feira. Tenho pouca idade e um amor de mais de dois anos, sou boba, inteira e sempre transborda pelos meus poros toda doçura que meu coração guarda. Me interesso por fotografia, química, literatura, chocolate, sorrisos, e principalmente, me interesso pelo lado de dentro, pelo que as pessoas têm na alma. Gosto de ler esses escritores contemporâneos, muitos deles me inspiram, mas na realidade prefiro os mais velhos, os que só existem nos textos e nos livros, Cecilia Meireles, por exemplo, é minha preferencia, acima de qualquer outra. Adoro a musica popular brasileira, gosto dessa geração da nova MPB, mas a Bossa Nova me deixa inebriada. Gosto de tranquilidade, de verde, do som dos pássaros soltos, de jardins, de cartas perfumadas, das flores de abril, dos idosos contando a mesma história pela 37ª vez e das idosas preparando a comida e ensinando os mais novos a tricotar, gosto do sorriso nos olhos dos jovens apaixonados, dos que ainda estão no primeiro amor, gosto de como as crianças ficam contentes com qualquer objeto chacoalhado na sua frente, gosto de gente que fica, que se compromete e não vai embora, gente de palavra que cumpre o que diz a qualquer custo, gosto de calor na praia e frio quando tenho alguém pra me aconchegar, nem sempre consigo ser clara, me fazer entender, nem mesmo nos meus textos, na realidade, eu mesma não sou fácil de ser lida, mas com um pouco de prática dá pra tirar de letra, gosto de sorrir a beça e dizem que tenho voz de criança, sou convicta quando discuto com alguém, mas sou tão boba que é quase impossível eu ficar chateada por muito tempo, sou ora doce, ora salgada, já me definiram como agridoce e acho que não tem palavra que me defina melhor, sou sociável, apaixonada, sorridente, inquieta e fã de pão de queijo quentinho.
Outras nuvens.
A vida é tão simples e cheia de graça que é uma bobeira ficar como se estivesse num inverno eterno, como se não existissem flores e beija-flores, noite estrelada e travesseiro macio, nuvens em forma de coelho e lápis coloridos pra desenhar uma paisagem, pantufas e chocolate quente, crianças e seus sorrisos, idosos e seus sorrisos, como se não existissem sementes e girassóis, colo de vó e comida de mãe, sabe, são tantas combinações bacanas, tanta coisa boa de se fazer paz, de se fazer alegria; pega a bicicleta, tira a poeira e pedala pra sentir a brisa de estar vivo, isso tudo revigora, tá bom que alguns dias malandros nos pegam pra entristecer-nos, dias assim em que as flores murcham, mas pensa, amanhã terá outro sol, outras nuvens, e se chover, uma hora ou outra aparece o arco-íris que é a coisa mais bela de se ver além dos passarinhos voando em bando formando um ‘V’ perfeito no céu; uma lista de coisas bonitas que essa vida nos proporciona que as únicas lágrimas que nos valem a pena são as que descem involuntariamente após um bocejo.
Rosely Lúcio
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